Uma Viagem no Tempo

Loops gravitacionais, buracos de minhoca, carros acelerando à velocidade da luz: são vastos os exemplos diferentes de abordagens para a viagem no tempo, representadas na ficção. Neste texto você encontrará uma forma real de representação da viagem no tempo, evidenciando a saudade e a memória.

S. M. Ocriciano

10/26/2025

Talvez não precisemos de uma máquina para viajar no tempo.

Esta caneca na imagem foi dada a mim como um presente personalizado. Existe apenas mais um outro exemplar no mesmo modelo, uma caneca-irmã, uma metade.

A arte que ela traz estampada foi construída através de uma composição de vários elementos e cada um desses elementos carrega um significado, cada elemento conta um pedacinho de uma história que vivi há algum tempo.
A história que ouço através dessa arte é uma história de amizade, de piadas internas e significados cômicos.

Além disso, essa história também fala sobre uma aspiração, um desejo de construir algo em conjunto com alguém, uma expressão autêntica de uma parte de nossas vidas (da minha caneca e de sua irmã) que gostaríamos de tornar pública e, com sorte, trazer algum benefício para a vida daqueles com as quais compartilharíamos outras histórias.

Quando me sento para tomar um café com essa caneca, eu encaro essa arte e me lembro dos seus significados. Ouço sozinho as histórias que esses elementos me contam, histórias que estão gravadas no meu muro interno de memórias, e essas histórias refletem os sentimentos que as criaram.

A gargalhada que o termo “Suínos Selvagens” ecoa pelas paredes do meu coração faz brotar uma lágrima. Essa lágrima carrega a doce e amarga memória de um tempo que passou, de um tempo que sorri, que sonhei, que imaginei. Memórias de um tempo que compartilhei com alguém e em que, naquele tempo, estávamos vivendo juntos cada um a sua história.

Essas memórias despertam uma saudade doída, que faz querer voltar no tempo para viver mais uma vez aquele momento gostoso e aqui, sentado sozinho na varanda, encarando uma caneca de porcelana com desenhos duvidosos e sentindo uma lágrima desenhar uma linha gelada pela minha bochecha, minhas memórias me transportam de volta no tempo e eu me lembro de que saudade é para quem viveu.


S. M. Ocriciano